A Galeria de Arte do SESI-SP apresentará, gratuitamente, a exposição A Arte na mecânica do movimento. A mostra, com curadoria compartilhada pela Municipalidade de Sainte-Croix (Suíça) e pelo historiador Lucas Bittencourt, apresentará ao público a vocação da cidade para a mecânica de precisão, bem como a passagem do trabalho artesanal para o trabalho industrial, materializados nas caixas de música e nos autômatos.
Pela primeira vez no Brasil, a exposição, resultado de uma iniciativa do SESI-SP em parceria com a Municipalidade de Sainte-Croix, está estruturada em três núcleos temáticos: História, Música e Autômatos.
O primeiro tem caráter introdutório e situa geograficamente a comunidade de Sainte-Croix, em sua montanhosa região de invernos rigorosos que marcaram a vida cotidiana do local. Neste núcleo será contada rapidamente a história daquela região, focando o desenvolvimento das técnicas de mecânica de precisão, como a relojoaria e as primeiras caixas de música. Este módulo conta também o processo de industrialização do trabalho e da chegada/criação de fábricas produtoras de discos de música, gramofones, máquinas de escrever, câmeras super 8, rádios e outros produtos como isqueiros, fixações de esqui e ferramentas.
Já no segundo núcleo está centrada a longa tradição desenvolvida em Sainte-Croix e em sua excelência para a criação de mecanismos de música. Em sua criação, as caixas de música necessitavam de caixas de madeira que melhor ecoavam suas melodias e, por conta disso, um delicado e preciso trabalho de marchetaria foi desenvolvido. Era preciso que as caixas apresentassem a mesma sofisticação dos mecanismos musicais que guardavam. Quanto à música, há também desdobramentos como as chamadas estações musicais, automatizadas, que funcionavam a partir de moedas em locais públicos, como estações de trem. Tais estações incluíam inovações às técnicas das caixas musicais, pois algumas incluíram instrumentos de sopro, percussão, e até pau e cordas. Muitas destas estações também contavam com pequenas bonecas dançarinas, que foram se sofisticando, levando ao desenvolvimento dos autômatos musicais.
Por fim, o terceiro e último núcleo incluirá desde pequenos autômatos musicais, como os pássaros cantores, aos autômatos tradicionais de Michel Bertrand, marcados por sofisticados movimentos que emulam truques mágicos, pierrôs escrevendo cartas e equilibristas mostrando seus talentos. Além disso, constam do acervo, ainda, o que podemos chamar de autômatos modernos, produzidos por François Junod, discípulo de Michel Bertrand. Os autômatos de Junod transitam do tradicional, sobretudo no que se refere à técnica de criação, ao contemporâneo, em suas experimentações estéticas e temáticas.
Fonte: http://www.sesisp.org.br/home/2006/centrocultural/Prog_expo.asp
.
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário